PAPA BENTO XVI RENUNCIA O PONTIFICADO


Papado de Bento 16 foi marcado por escândalos, polêmicas e visitas históricas

Relembre os principais fatos do período em que o papa ficou no cargo; ele anunciou sua renúncia nesta segunda-feira

iG São Paulo 
renúncia do pontífice Bento 16 ao cargo, anunciada nesta segunda-feira, marca o fim de um papado cheio de escândalos, denúncias e visitas históricas. Desde a ascensão à liderança da Igreja, em 2005, ele se esforçou para lembrar uma Europa secular de seu passado cristão e colocar o catolicismo em um caminho mais conservador e tradicional.
Bento 16 assumiu em um momento tumultuado, quando começavam as denúncias de abuso de crianças na Igreja Católica. O escândalo chegou ao auge em 2010, com milhares de pessoas na Europa, Austrália e América do Sul dizendo ter sido molestadas sexualmente por padres – e acusando bispos de terem encoberto seus crimes.

AP
Papa durante anuncia sua decisão de renunciar ao cargo

Documentos revelaram que o Vaticano estava ciente do problema, mas fechou os olhos para o assunto durante décadas, por vezes rejeitando bispos que tentavam fazer a coisa certa. Bento 16 foi um dos primeiros a tomar conhecimento do problema como líder da Congregação para a Doutrina da Fé, para a qual foi nomeado em 1981. O escritório era responsável por lidar com os casos de abuso e, por isso, houve pedidos para que o papa renunciasse.
O pontífice nunca admitiu qualquer falha do Vaticano ou pessoal, preferindo fazer um pedido de desculpas , apelos por reformas na Igreja e promovendo encontros e orações com vítimas. Ele prometeu que “todo o possível” seria feito para que crimes semelhantes nunca acontecessem, levando o Vaticano a atualizar seu estatuto de limitações e pedindo sugestões de bispos para regras que ajudassem a prevenir abusos.
Para muitas vítimas, não foi o bastante, já que não houve ação contra bispos que ignoraram ou encobriram as ações de padres, no máximo tranferindo-os para outros postos.
Em 2012, outro escândalo, conhecido como Vatileaks , abalou o Vaticano. Documentos confidenciais vazados à imprensa – incluindo cartas pessoais entre cardeais, o papa e políticos – mostraram corrupção na concessão de projetos de infraestutura e uma luta de poder entre grupos rivais da Igreja.
Acusado de ser o responsável pelo vazamento, o mordomo do papa, Paolo Gabriele, foi preso em maio e condenado em outubro a 18 meses na prisão. Em dezembro, Bento 16 perdoou Gabriele, que foi libertado.

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