Confiram trecho de discurso do deputado federal Romário, na Câmara dos Deputados. O Baixinho detona de novo.
Senhor PresidentePrezados Colegas Deputados
Depois de algum tempo, volto a esta tribuna para denunciar um fato que, no meu entender, é de extrema gravidade. Na noite da última terça-feira (9), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Senhor José Maria Marin, foi recepcionado aqui em Brasília por mais ou menos 25 parlamentares. Não estranho esse fato. Afinal, é comum e próprio da democracia o encontro entre deputados e senadores com autoridades de órgãos privados. O problema é que a reunião-jantar tratou, também, de um tema que está em discussão nesta Casa ainda de forma preliminar, mas envolve um duro golpe nas finanças públicas do nosso país. Refiro-me à proposta em elaboração pelo Ministério do Esporte para anistiar uma dívida em torno de R$ 3 bilhões dos clubes de futebol. Essa dívida, para quem não acompanha o assunto, é para com o INSS, Imposto de Renda e Fundo de Garantia. Ao longo dos últimos 20 anos, os clubes de futebol não repassaram ao fisco os valores devidos. A dívida cresceu e se tornou gigantesca pelo acúmulo de juros, principalmente. Agora, por iniciativa do Ministério do Esporte, está em elaboração uma medida provisória para anistiar os clubes devedores. Lembro que Marin é um dirigente que teve íntima ligação com a ditadura militar brasileira. Roubou medalha, terreno público, além da acusação de roubo de energia do vizinho, mas, hoje, é recebido com pompas por deputados que, por respeito à ética, declino citar seus nomes, por enquanto
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